domingo, 10 de maio de 2009

O Bosque


Na entrada do bosque naquela noite de sábado, senti algo que não esperava que fosse sentir. Era para ser somente mais uma visita ao Bosque Maia, Deusa quantas vezes eu já fui até lá.


Mas havia algo diferente, a princípio achei que fosse o horário, 18h00 a quanto tempo eu não saia na rua ao cair na noite. Ao entrar pelo portão principal comecei a caminhar pelo chão de cimento dividido por um canteiro alto com flores, as luzes que vinham dos globos eram de um amarelo intenso e invadiam os meus olhos, senti um mistério no ar, olhei para o céu e ele estava ainda com resquícios da lua cheia escondida atrás das nuvens. haviam seres que voavam na luz seres brilhantes e travessos, e a medida que eu fui caminhando fui percebendo que o ar estava com um cheiro diferente, meu coração pulava e o nível de adrenalina aumentava a medida que as luzes foram ficando brancas. Senti vontade de parar e de ficar ali contemplando tudo aquilo. cheguei ao pequeno lago, ele sempe esteve ali mas na noite o verde era mais intenso e eu percebi que a água também estava ofegante como eu , podia ver desenhos em círculos de algo que a perturbava, como se alguém tivesse jogado uma pedra. Isso me fez sentir o vento que batia invisível como sempre, mas palpável para mim, ele se misturava aos meus cabelos e tocava de leve meu rosto deixando minhas bochechas frias. Mas eu não estava com frio, eu que sou tão friorenta, não estava com um pingo de frio. A Terra me envolvia com seu calor. e meus passos iam trazendo sua energia comigo. Mudei de caminho, comecei a andar pela parte mais alta do bosque onde o chão é de terra e as árvores estão bem mais próximas deixando uma trilha estreita e quente. Na trilha sentei em um dos bancos embaixo de um dos postes com globos amarelos. E ali permaneci por um bom tempo... meu coração não diminuiu o rítimo nem por um minuto e os seres voadores e terrestres não foram embora até que comecei a ouvir o ruído da chuva lá em cima... batendo nas folhas densas das árvores, e ali permaneci até o momento em que elas não puderam mais suportar e deixaram cair algumas gotas no meu rosto. a chuva não me incomodou nem me deixou preocupada... por mim teria ficado lá... no banco molhado, por mim teria tirado meu tênis e colocado os pés na terra molhada. e deixado meus cabelos se encharcarem. Mas , fui até a tenda e fiquei lá com medo da chuva e enfim comecei a sentir frio.


O medo me dá frio. e as crianças ainda brincavam dentro da tenda e eu ouvia seus gritos e risadas sem as observar. até que a chuva se foi... e eu também. Afinal é apenas um bosque, ele


não podia abrigar a mim e às crianças. Todos teríamos que ir embora mais cedo ou mais tarde, pois um simples passeio é um simples passeio, e não pode durar para sempre.


Mas eu voltarei lá, para sentir o verde do lago, o amarelo dos globos, o cheiro do ar, o grito das crianças, o calor da terra!!

4 comentários:

S. Thot disse...

Sem dúvida, a beleza e o mistério estão nos olhos de quem vê, na mente sintonizada, nos corações abertos e encharcados de sangue borbulhante.

São essas mulheres que, fincando os pés na terra, penetram-na até a rocha, e balançam os braços que buscam o alcance da Lua.

E no lento balançar das copas, copulam com o céu noturno.

Anônimo disse...

Querida amiga avassaladora...
Acho encantador o mundo das fadas e seres magicos... Vocedeve ter lido Brumas de Avlon... se não, leia. São 4 livros sobre a lenda de Merlin, Rei Arthur, feiticeira do lago... é belissimo....
Gostei do que li aqui!

Rui disse...

Só o tema é igual, o restante é bem diferente rs
Vai ver foi o acaso!!!
Lindo o seu texto, adorei...

Rui disse...
Este comentário foi removido pelo autor.