sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Em Busca de Mim




Ela está indo embora, no horizonte quase não se vê mais sua sombra, o sol já adormece e a escuridão já é quase realidade.

Eu a chamo de volta, mas não há nada que a prenda mais comigo, nada que faça sentido.

Ela tem que ir, mas, pra onde?

O lugar dela é aqui, mesmo que no vazio... sem comida, sem água, sem vida, sem amor.

Ela não pode ir embora.

Então corro em sua direção, ela já está tão longe, e eu não tenho mais fôlego, meus pés já sangram e meus músculos estremecem. Quanto mais eu corro mais longe ela parece estar.

Acho que ela não sabe o quanto a quero de volta, minha vida depende disso. E assim ela olhou pra trás e viu que eu estava lá caída, implorando por ela.

E lá está ela, me olhando de longe, mal posso ver seus olhos, mal posso ver seu brilho, ela também está morrendo, não pode ficar muito tempo fora de mim.

Mas ainda há tempo, o sol se foi, mas a lua e as estrelas são solidárias.

Eu a substituí por coisas sem sentido, sem valor. Foi culpa minha, vivi anos, como um cadáver, mas agora eu quero viver. É nosso desejo! A vida!

E em pé me olhando ela também cai no chão e sem forças também aponta para mim de longe, posso sentir seu desespero, sua angústia.

Estamos morrendo, mas, Ela nos salva!

Estamos morrendo, mas, agora sabemos quem somos de novo.

Estamos morrendo, Mas agora posso ver que ela olha para mim!

O sangue escorre pela terra e a toca...

E assim nos unimos novamente na vida! Somos uma só, alma e corpo, ainda sangrando, ainda trêmula, mas novamente juntas!

Onde não há mais medo, somente a alegria e o conforto...E uma nova luta por sobrevivência recomeça.